domingo, 14 de junho de 2009

OS DOIS LADOS DA FESTA

Ana Lucia dos Santos

Copas de árvores, de um verde escuro e forte, hoje tem matizes mais definidas. Flores amarelas salpicando o verde também ficam mais exuberantes. Vejo os coqueiros com galhos pendendo como braços estendidos, a proteger e a ungir areias e pessoas.

Hoje é dia de maratona. Corre, corre, sua o corpo, lava a alma. Corre, corre para onde? Não precisa saber. Apenas corre, arrasta a energia dos que olham e dos que passam. Misturam-se corpos, suores, gente.

Balões azuis no céu, alegria no ar. Crianças pululantes brincam de correr. Clareia o sol as imagens felizes. Generoso, ilumina gente determinada, ilumina o esforço admirável.

Festa na rua, festa na praia. Vem a certeza de que os jardins sorriem também. Raios de sol penetram nas plantas e flores sem pedir licença. Pra que pediriam?

Vejo homens fortes, homens bonitos, mulheres também. Homens não tão fortes correm, correm. Lavam o corpo de suor, lavam a alma. Quero também lavar a alma, pedir a calma que vem depois.

Um pouco mais longe, os ares e a energia da festa se diluem. Os generosos raios de sol, que aí também não pedem licença, inundam o asfalto que já queima. Impacientes e frenéticas buzinas de carros, alheias à festa, enlouquecem.

Homens e mulheres, nem fortes nem felizes, inundam um trânsito que não anda. E se perguntam: que cidade é esta, que caos é este, que dia é este!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

44º Festival de Música e Poesia de Paranavaí

F E M U P
44º Festival de Música e Poesia de Paranavaí
41º Concurso Literário de Contos
Dias 12, 13 e 14 de novembro de 2009

01 - Da promoção:
O FEMUP é uma promoção da Prefeitura de Paranavaí através da Fundação Cultural, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura.

02 - Da realização:
O Festival será realizado nos dias 12, 13 e 14 de novembro de 2009 a partir das 20h no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa.

03 - Dos objetivos:
Promover e intensificar intercâmbios de natureza artístico cultural; descobrir e valorizar novos talentos.

04 - Das inscrições:
a) PODERÃO INSCREVER-SE TODOS OS ARTISTAS RESIDENTES OU NASCIDOS NO TERRITÓRIO NACIONAL;
b) Inscrições abertas até o dia 29 de agosto de 2009;
c) Para inscrição, conta-se a data de postagem dos trabalhos;
d) Cada autor poderá inscrever até 02 trabalhos inéditos, por categoria;
e) Para a inscrição dos trabalhos, deverão ser enviadas:
06 cópias de cada trabalho apenas com o nome da obra e pseudônimo do autor.
Ficha de inscrição devidamente preenchida e assinada;
Atenção: Para cada modalidade deverá ser preenchida uma FICHA distinta;
COLOCAR TUDO DENTRO DE UM MESMO ENVELOPE.
f) O mesmo pseudônimo deve ser utilizado para todos os trabalhos e em todas as categorias;
g) Os Contos não deverão exceder a 10 (dez) folhas;
h) Todas as músicas inscritas deverão ser gravadas em CD (gravação de boa qualidade para, caso classificação, compor o CD do Festival);
j) Os trabalhos deverão ser enviados para:

Fundação Cultural de Paranavaí
Rua Guaporé, 2080 - Cx. P. 511
CEP 87705-120 Paranavaí - PR

Informações: (44) 3902-1128 - cultura@fornet.com.br - www.novacultura.com.br

05 - Do julgamento dos trabalhos:
Serão formadas Comissões Julgadoras específicas para cada modalidade e as decisões tomadas por essas Comissões serão irrecorríveis.

06 - Da classificação
Música: 30 músicas, sendo 15 da fase Regional e 15 da fase Nacional;
Poesia: 12 poesias, sendo de 03 a 05 da fase Regional e de 07 a 09 da fase Nacional;
Conto: 08 contos, sendo 03 da fase Regional e 05 da fase Nacional.

Participam da fase Regional, as cidades que compõem a Regional de Cultura da AMUNPAR.
TODOS OS TRABALHOS CONCORRERÃO EM NÍVEL NACIONAL.


PREMIAÇÃO


POESIA:
Certificado de participação (para todas as classificadas); 10 Antologias FEMUP/2009 (para todas as classificadas); 01 CD FEMUP/2009/Poesias (para todas as classificadas);
1º Lugar: R$ 2.000,00 + Troféu "Barriguda”
2º Lugar: R$ 1.700,00 + Troféu “Barriguda”
3º Lugar: R$ 1.300,00 + Troféu “Barriguda”
4º Lugar: R$ 1.100,00 + Troféu “Barriguda”
5º Lugar: R$ 1.000,00 + Troféu “Barriguda”

CONTO:
Certificado de participação (para todos os classificados); 10 Antologias FEMUP/2009 (para todos os classificados);
1º Lugar: R$ 2.000,00 + Troféu "Barriguda”
2º Lugar: R$ 1.700,00 + Troféu “Barriguda”
3º Lugar: R$ 1.300,00 + Troféu “Barriguda”
4º Lugar: R$ 1.100,00 + Troféu “Barriguda”
5º Lugar: R$ 1.000,00 + Troféu “Barriguda”


PRÊMIO REGIONAL DE CULTURA DA AMUNPAR:

POESIA
Todas as classificadas receberão: 01 CD FEMUP/2009/Poesias e 10 antologias FEMUP/2009
1º Lugar: R$ 1.000,00 + Troféu "Barriguda”
2º Lugar: R$ 800,00 + Troféu “Barriguda”
3º Lugar: R$ 500,00 + Troféu “Barriguda”

CONTO
Todos os classificados receberão: 10 antologias FEMUP/2009
1º Lugar: R$ 1.000,00 + Troféu "Barriguda”
2º Lugar: R$ 800,00 + Troféu “Barriguda”
3º Lugar: R$ 500,00 + Troféu “Barriguda”

FICHA DE INSCRIÇÃO

MODALIDADE: ( ) POESIA ( ) CONTO ( ) MÚSICA

(Atenção: Para cada MODALIDADE deverá ser preenchida uma FICHA distinta)

Título do Trabalho 1):

Título do Trabalho 2):

Nome do Autor:

Nome artístico do Autor:

Pseudônimo:

Endereço:

CEP: Cx. Postal:

Cidade: UF:

Telefone (indispensável) DDD: ( )

E-mail:

Breve Currículo (para todas as modalidades)














Esta ficha pode ser reproduzida.



AUTORIZAÇÃO

Autorizamos a utilização dos trabalhos relativos à música, conto ou poesia por nós inscritos no 44º FEMUP para publicação de livros, CD's ou quaisquer outros meios de divulgação do evento.
Declaramos conhecer e concordar com o regulamento deste Festival.

__________________,_____de____________de 2009.




Assinatura do autor

quarta-feira, 3 de junho de 2009

SEM PALAVRAS

Crônica de Eliana Pace

Acordo cedo, a mente não me permite continuar dormindo depois das 8 horas da manhã, mesmo que chova a canivete. Bocejo, me espreguiço, faço uma breve sessão de alongamento e pulo da cama. Ligo o rádio enquanto preparo o café e a noticia me prostra: um avião repleto de passageiros caiu no Oceano Atlântico. Não há possibilidade de sobreviventes. Viro uma estátua. Não sei se aumento ou reduzo o volume do rádio, se contenho as lágrimas que insistem em brotar dos meus olhos, se embarco nos sonhos que levavam aqueles homens, mulheres e crianças à Europa, se abençôo o fato de estar quietinha em casa, se amaldiçôo os deuses por encurtarem tantas vidas. A melancolia me invade, vai continuar a meu lado horas a fio, um olho no computador, o ouvido na televisão.

Leio que um casal estava seguindo em lua de mel para a França. Saíram da festa de casamento praticamente para o embarque. Seus sonhos foram parar no fundo do mar. Sinto-me uma idiota por não ter acreditado nunca no amor, por ter deixado passar tantas emoções, por não embarcar de armas e bagagens em nenhuma delas como devem ter feito o rapaz, a moça. Choro por eles que se amavam.

Um grupo de executivos de sucesso voltava para Paris depois de ganhar quatro dias de férias no Rio de Janeiro, com direito a acompanhante. Tinha se extasiado com a cidade, naturalmente. Levavam em suas câmeras ou celulares imagens do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar, de um show de mulatas. Lembro que também eu fui uma profissional de sucesso que, a exemplo deles, curtiu o merecimento de sua competência com uma viagem de sonho. Choro por eles que foram levados por um raio ingrato, uma pane, uma bomba, quem sabe, antes de poderem mostrar aos colegas os rostos felizes.

Uma família gaúcha, feita de profissionais muito bem sucedidos, cada um em sua área, ia festejar os bons tempos em um tour pela França, Grécia, Alemanha. Sabe-se lá quantas peripécias para esvaziar uma agenda feita de consultas, cirurgias. Recordo as vezes em que fiz da minha vida em família um circo. Em que lotei tanto minha agenda com compromissos supérfluos só para fugir de carinhos e cobranças afetivas. Choro pela família que continuará unida no fundo do mar.

E choro compulsivamente pelo fedelho que resolve brincar de ser piloto de Formula 1 numa rua qualquer da periferia de São Paulo. E que na mesma madrugada em que um avião cai no mar levando tantas vidas, arremessa seu carro, qual uma bola de boliche, sobre um grupo de jovens que ri depois de uma noitada, deixando mortos, na calçada, dois rapazes.