quarta-feira, 13 de maio de 2009

MAR REVOLTO...

Por Rosi Caobianco

Uma mistura de ansiedade e apreensão me envolveu ao observar a aspereza com que o mar batia nas pilastras e invadia as calçadas da Ponta da Praia em Santos. Caminhava casualmente, um final de tarde, e diante do que vi, não resisti. Parei para observar e fotografar.

Deixou-me boquiaberta a sensação de perigo que, logo em seguida, transformou-se em arte refletida nas lentes de uma câmara fotográfica. As ondas do mar espumavam com a volúpia da natureza e exteriorizavam pelos vincos que se abriam nos espaços escolhidos para fazer-se representar. Prontamente, puderam ser registradas por mim naquele instante de rara beleza. De minuto em minuto, lá vinham elas, cada vez mais iradas, mais fortes, mais transtornadas e loucas para mostrar sua beleza e sua força.

O mar parecia contrariado, demonstrava um rompante como o de alguém que conhece sua capacidade de destruição e queria demonstrar, ali, todo o seu potencial, doesse a quem doesse. Nele pulsa um coração de pedra e, em sua linguagem, mostra sua insatisfação, revolta-se com aqueles que o agridem e enchem de lixo, de pets, de tudo que não contribui com aquele habitat. Evidencia que dentro dele existe vida, seres das mais variadas espécimes, de classes completamente diferentes, cada um na sua singularidade e que interagem entre si. E que também se devoram quando querem lutar pela sobrevivência.

Em determinado momento, pensei: como não respeitar este gigante, esta imensidão que em algum momento contribuirá para com o futuro da humanidade? Ali está, no mar, o maior volume de água do mundo... Neste pedaço do oceano... Soberano e prepotente.

Seguro de si, sabe de sua importância e avisa: Preservem!

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