segunda-feira, 4 de maio de 2009

PAPO DE PRAIA

Por Fabiana Prando
24/04/2009

Dia de praia é um ritual: guarda-sóis plantados na areia, cadeiras esparramadas, comércio ambulante abundante e reunião de amigos com absolutamente nada pra fazer. Fazer o quê?

- Vamos falar da tua vida que a minha não me interessa, dispara uma amiga, assim que aterrissa com filho, bola, prancha, bolsa, protetor solar, óculos e canga. E, apesar de anunciar o interesse no alheio, comenta os percalços de sua recente separação. Os homens...

Desvio o olhar para a barraca vizinha. Empunhando um copo de caipirinha o rapaz de sunga florida declara: - Sou PHD! Os amigos se admiram, ele explica: - “Praia Hoje De novo!” A gargalhada é geral, a caipirinha circula e a conversa caminha... Novo tema: frases de pára-choque de caminhão. Resolvo saltar da boléia e, pés na areia, caminho até o mar.

Na beira da água encontro os encantados, aqueles que ainda se maravilham diante do mar. Uma pequerrucha ri e bate palmas enquanto brinca de pega-pega com as ondas. Três crianças maiores cavam um buraco enorme e com a lama escorrendo de seus dedos criam um castelo original. Os adultos que os supervisionam engatam uma animada conversa sobre lipoaspiração...

Inspiro, expiro e deixo o pensamento me levar. Por que não ficamos mais pasmados diante do mar? Por que não sinto mais o cheiro da maresia que me invadia ao chegar em Santos? Me acostumei ou desencantei?

Mergulho de cabeça, me jogo nos braços do mar. Com toda natureza presente: céu azul, sol a brilhar; melhor aproveitar o dia de praia, chega de filosofar.

Tchibum!!! Chuáááá!!!!

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