quarta-feira, 18 de novembro de 2009

“Bendito maldito”, a biografia de Plínio Marcos no Teatro Guarany

Nesta quinta-feira, 19 de novembro, quando se completam dez anos da morte de Plínio Marcos, a Prefeitura Municipal de Santos, pela sua Secretaria de Cultura, homenageia o dramaturgo com o lançamento do livro "Bendito maldito - Uma biografia de Plínio Marcos", com a presença do autor Oswaldo Mendes. O evento será no foyer do Teatro Guarany (Praça dos Andradas, 100), no Centro Histórico, a partir das 19h30.
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“Quinhentas páginas de um livro híbrido que vibra nas mãos de quem o lê, tal a vertiginosidade dos fatos encadeados, pesquisados à exaustão, que nos revelam seis décadas da trajetória do cometa Plínio Marcos. Plínio Marcos, ele mesmo, o tempo todo, como se autodefiniu. A obra ciclópica de Oswaldo Mendes é dividida em atos e cenas como se espetáculo teatral fosse, eivada de flashbacks e zooms próprios do cinema, esclarecidos nos seus vaivéns pela rigorosa Linha do tempo que situa historicamente fatos e datas de mais de meio século. Oswaldo mergulha no cipoal de relatos, memórias e emoções com o ímpeto de um trem em movimento.”
Assim a crítica teatral Ilka Marinho Zanotto inicia o seu prefácio a Bendito maldito – Uma biografia de Plínio Marcos, de Oswaldo Mendes, que a Editora Leya acaba de lançar. A biografia chega à livrarias coincidindo com os 50 anos da estreia de Barrela, a primeira peça de Plínio Marcos, que em 1º de novembro de 1959 fez uma única apresentação em Santos, sendo proibida em seguida. Também coincide com os dez anos da morte do dramaturgo, em 19 de novembro de 1999. O título Bendito maldito foi sugerido pelo editor Quartim de Moraes, que há nove anos propôs a Oswaldo Mendes, com o apoio da família de Plínio, que escrevesse a biografia do amigo com quem conviveu desde 1969 no teatro e na imprensa.

“Adiei o mais que pude o trabalho porque não queria escrever movido pelo tributo à amizade”, diz Oswaldo Mendes. “Atendendo ao que o Plínio exigiria, eu não queria agir feito Poliana, oferecendo o retrato pacificado de uma personagem complexa e guerreira como ele. A vida de Plínio é uma grande narrativa dramática, que vai da política ao teatro passando pela música, o futebol, a repressão, a imprensa, o tarô, a televisão, a religiosidade. Daí a opção de dividi-la em três atos, com respectivas linhas do tempo, na esperança de ajudar o leitor, principalmente o das novas e futuras gerações, a seguir a trajetória do personagem e compreender as circunstâncias que determinaram a sua ação. Embora o título sugira uma contradição adjetiva, Bendito maldito, procurei substantivar a narrativa, cúmplice do próprio Plínio que pedia para não lhe pregarem rótulos.”

OSWALDO MENDES
Nascido em Marília (SP) em 19 de setembro de 1946, atua no teatro e na imprensa de São Paulo desde 1969. Ator, diretor e dramaturgo, formou-se pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo. Jornalista de 1969 a 1992, dirigiu o jornal Última Hora (SP), foi editor do suplemento Folhetim e sub-secretário de redação da Folha de S. Paulo, editor de Cultura da revista Visão e foi um dos fundadores da Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA. Livros publicados: Getúlio Vargas, uma biografia (Editora Moderna, 1984), Ademar Guerra: O teatro de um homem só (Editora Senac, 1997), indicado para o prêmio Shell, e Teatro e Circunstância (Editora Núcleo, 2005), que reúne três de suas peças já encenadas – Um tiro no coração (1984), Voltaire – Deus me livre e guarde (1998, prêmio Mambembe da Funarte) e A dança do universo (2005). Autor de ensaios biográficos de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Chico Buarque e Ayrton Senna, e da história da Bossa Nova, para a coleção Anotações com Arte.
Como ator estreou em Missa Leiga de Chico de Assis, direção de Ademar Guerra, em 1972, e integra desde 2001 a companhia Arte Ciência no Palco - www.arteciencianopalco.com.br - onde atuou nas peças Copenhagen, A dança do universo, E agora, sr. Feynman?, Quebrando códigos, After Darwn, Oxigênio e Perdida – Uma comédia quântica, pela qual foi indicado ao prêmio Shell de melhor ator em 2002. Dirigiu, entre outros espetáculos: Brecht Segundo Brecht com Armando Bogus, São Paulo Brasil com César Camargo Mariano, Essa mulher com Elis Regina, Sinal de vida de Lauro César Muniz com Antonio Fagundes e Francisco Milani e Natal na praça com Etty Fraser.

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