quinta-feira, 12 de novembro de 2009

COMEMORAÇÃO

Exercício coletivo

- Então, você vem ou não vem? Do outro lado da linha, uma pausa indefinida no tempo. Fiquei sem graça de perguntar mais uma vez e aguardei a resposta.
- Vou sim, pode me aguardar. E mantenha uma garrafa de champanhe no gelo. Temos mesmo o que comemorar.

A comemoração para atingir a plenitude como resultado satisfatório precisa ser boa para ambos.

- Você acha que realmente temos que comemorar?
- Eu acho!.
- Você sempre foi assim. Egoísta, individualista...
- Mas, agora, não sou mais assim, meu bem. Depois que te conheci, mudei muito, amadureci.
- Bem, isso é verdade. Mas ainda falta bastante pra ficar como eu gosto.
- Você nunca está contente!!!.
- Não é assim. Eu só quero atenção, atenção de olhar pra mim quando falo. Carinho, carinho de um beijo inesperado, um olhar afetuoso, uma rosa de vez em quando. Você acha que isso é ser muito exigente?
- E brindar aos nossos encontros e desencontros não conta? Uma vida inteira juntos, e a que preço...
- Você às vezes é gozado. Quando diz que eu ainda não sou como você gostaria me agride. Fica muito pouco para comemorar com esse jeito machista.
- Então não há o que comemorar?
- Para de brincadeirinha boba. Ninguém está brincando aqui.

Era o nosso jogo privado. Todo ano, na data do nosso aniversário de casamento, armávamos uma discussão para depois fazer as pazes. Com champanhe.

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