quinta-feira, 18 de março de 2010

LABORATÓRIO DO ESCRITOR - AULA 2 (13/03/10)

1) LEITURA DAS CRONICAS APRESENTADAS –Da minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar. (Rubem Braga)
2) CRONICA- O QUE É
Atualmente, é um gênero literário que explora qualquer assunto, principalmente os temas do cotidiano.
A crônica é um gênero híbrido que oscila entre a literatura e o jornalismo, resultado da visão pessoal, particular, subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano.
Geralmente escrita para ser publicada em jornais e revistas, a crônica se caracteriza pelo tom humorístico ou crítico.
A crônica é o relato de um flash, de um breve momento do cotidiano de uma ou mais personagens.
Uma das finalidades da crônica é justamente apresentar o fato, nu, seco e rápido, mas não concluí-lo.
Na crônica, geralmente não há desfecho, esse fica para o leitor imaginar e, depois, tirar suas conclusões.
A crônica não tem resolução, não tem moral, é aberta para que cada leitor crie o final que melhor desejar. O cronista, no fundo, deseja que seu leitor seja um co-autor.
Na crônica existe agilidade e simplicidade; faz uso de recursos orais (como os diálogos freqüentes), e de coloquialismos, que a tornaram mais próxima, e, de certa forma, melhor compreensível.
Comentário sobre um acontecimento real, preferencialmente diário. É o acontecimento diário sob a visão criativa do escritor.
É uma narrativa curta que geralmente tem como ponto de partida um fato real comentado pelo autor, muitas vezes de maneira lírica ou bem humorada.
É uma produção curta, apressada, redigida numa linguagem descompromissada, coloquial, muito próxima do leitor. Quase sempre explora a humor; mas às vezes diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada. Noutras, despretensiosamente faz poesia da coisa mais banal e insignificante.
Nas últimas décadas, no Brasil, muitos escritores notabilizaram-se por suas crônicas: Rubem Braga, Fernando Sabino e Luís Fernando Veríssimo, entre outros
Normalmente destina-se à publicação em jornal ou revista mas se diferencia da notícia pq não é feita por um jornalista e sim por um escritor.
Não é mera transcrição da realidade, mas sim uma visão recriada dessa realidade por parte da capacidade lírica e ficcional do autor
O cronista é essencialmente um observador, um espectador que narra literariamente a visão da sociedade em que vive, através dos fatos do dia a dia.
Seus personagens podem ser reais ou imaginários.
Normalmente, por se basear em fatos do cotidiano, ela tende a se desatualizar com o passar do tempo. Nem por isso deixa de perder seu sabor literário quando agrupamos um conjunto delas em um livro.
A linguagem da crônica é descompromissada das construções rebuscadas, da sintaxe rica, dos adjetivos em excesso, e de tudo aquilo que a torna distante da vida real, ajustando-se desta forma, ao lirismo do nosso dia-a-dia.
LITERATURA DE JORNAL (O QUE É A CRÔNICA) Artur da Távola
É o samba da literatura. É ao mesmo tempo, a poesia, o ensaio, a crítica, o registro histórico, o factual, o apontamento, a filosofia, o flagrante, o miniconto, o retrato, o testemunho, a opinião, o depoimento, a análise, a interpretação, o humor. Tudo isso ela contém, a polivalente.
Direta a simples como um samba. Profunda como a sinfonia.
CRÔNICA E OVO [Jornal O Dia, 27 de junho de 2001] Luis Fernando Veríssimo
"A discussão sobre o que é, exatamente, crônica, é quase tão antiga quanto aquela sobre a genealogia da galinha. Se um texto é crônica, conto ou outra coisa interessa aos estudiosos de literatura, assim como se o que nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha, interessa aos zoólogos, geneticistas, historiadores e (suponho) o galo, mas não deve preocupar nem o produtor nem o consumidor. Nem a mim nem a você.
SOBRE A CRÔNICA - Ivan Angelo
Fernando Sabino escreveu que "crônica é tudo que o autor chama de crônica".
A dificuldade é que a crônica não é um formato, como o soneto, e muitos duvidam que seja um gênero literário, como o conto.
Há crônicas que são dissertações, como em Machado de Assis; outras são poemas em prosa, como em Paulo Mendes Campos; outras são pequenos contos, como em Nelson Rodrigues; ou casos, como os de Fernando Sabino; outras são evocações, como em Drummond e Rubem Braga; ou memórias e reflexões, como em tantos.
Elementos que não funcionam na crônica: grandiloqüência, sectarismo, enrolação, arrogância, prolixidade. Elementos que funcionam: humor, intimidade, lirismo, surpresa, estilo, elegância, solidariedade.
Rubem Braga respondeu assim a um jornalista que lhe havia perguntado o que é crônica: Se não é aguda, é crônica.
3) LEITURA DA CRONICA DO RUBEM BRAGA HOMEM NO MAR

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