quarta-feira, 24 de março de 2010

Sinal verde, atravessei pra lá do sol

Os versos da canção ouvida no rádio de algum vizinho me remetem a um tempo, a uma lembrança de quando cheguei àquela casa.Hoje estou me despedindo dela .Passei bons momentos aqui. Casei-me, criei meus filhos e ainda posso ouvir seus risos e gritos por estes corredores.
A música continua ao longe mas não estou mais presa aos seus versos. É forte a impressão que me causam aqueles cômodos agora vazios, aquelas paredes amigas que ainda conservam as marcas que eu mesma fiz ao colocar um quadro e depois um espelho. Vou deslizando minhas mãos pela parede fria. Quero guardar na memória esta sensação. A casa da minha infância, a casa de meus pais e depois minha.
Quero poder agradecer pois ela, ao longo do anos, deixou de ser apenas uma construção boa e sólida e passou a fazer parte da família, o palco da nossa história. Despeço-me dela, de seu chão de madeira corrida, de suas janelas brancas e altas e daquele quintal. Vou-me embora, vou pra longe, vou ganhar mundo, como dizia meu pai. Adeus minha casa querida, meu lar, vou agora pra lá do sol.
(Cláudia Del Pintor)

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